Como prometido no post anterior, irei relatar aqui alguns pormenores da organização do meu casamento, em que também a imaginação e criatividade foram colocadas à prova.
Comecemos pelo meu vestido.
Poderia ter escolhido qualquer um, mas a partir do momento que os meus olhos bateram naquela foto na internet, nenhum outro foi capaz de o destronar. Era um verdadeiro vestido de princesa, na cor "spun gold", com rendas levemente douradas, uma comprida cauda e, desde que o vi, só conseguia imaginar-me casar vestida nele.
A única foto que encontrei na Internet era uma imagem sem referências a estilista ou modelo do vestido. E agora? Estava apaixonada por aquele vestido, mas como encontrá-lo? Mandar fazer um vestido como aquele não seria de todo possível, pois o que o tornava especial era o desenho de rendas que se desenhava na parte da frente da saia e na cauda.
Ainda assim, contactei alguns ateliers que me pediram balúrdios para fazerem um vestido que nunca ficaria com o desenho do rendado do original. Desisti da ideia! Mas desistir do vestido é que era mais difícil! Sem saber bem como descobrir o seu rasto, decidi enviar e-mails para algumas lojas de noivas de todo o mundo, poderia alguém conhecê-lo... até que, um dia, a resposta chega-me do Brasil e a simpática senhora dá-me a informação de que preciso: Mon Cheri Vittoria 16202 Spun Gold. Bingo! Agora é só pesquisar se existe à venda cá! Resposta negativa, não há, nem nunca houve. Ora bolas!
A Mon Cheri Bridals (passo a publicidade) é uma marca americana de linha de noiva, sediada nos EUA e com representante europeu no Reino Unido. Começou há pouco tempo a vender para Portugal, mas como o vestido que me arrebatou era de uma coleção de 2008 não chegou a ser vendido em Portugal. A minha paixão por ele era tal que até a hipótese de o alugar punha! Queria aquele vestido custasse o que custasse, vá-se lá entender estas coisas do coração!
Mais uma pesquisa exaustiva na Internet e outra, e outra, troca de e-mail's com lojas e do vestido nada! Apenas encontrava alguns anúncios escritos em inglês em que outras noivas como eu o procuravam desesperadamente. E eram várias, igualmente obcecadas como eu, ou talvez não tanto!
Como não fui bem sucedida na minha busca, resolvi contactar a própria marca a fim de saber se ainda existia algum modelo e onde o encontrar. Respondeu-me o agora representante da marca em Portugal e Espanha que se prontificou a contactar as várias lojas que representam a marca na Europa, mas a resposta foi negativa, já não havia nenhum. Bem, vou ter de desistir, pensei... mas não! Afinal, descobriram um! Era único já, o último da coleção e estava na fábrica ainda para dificilmente ser vendido, pois tratava-se nada mais nada menos que um tamanho 46/48. Felizmente ou infelizmente não dava para mim, a minha paixoneta por ele não chegava ao ponto de querer engordar uns 40 kilos para caber nele!
Entretanto, nos EUA havia já algumas lojas que me davam resposta positiva em relação ao vestido, indicando que só existia esse mesmo, de um tamanho enorme! Nem quero imaginar os telefonemas que aquela fábrica deverá ter recebido por conta da minha aventura em busca do vestido perdido! Não devem ter sido nada poucos, tendo em conta que a minha insistência nele, levou-me a contactar umas dezenas de lojas lá nos States.
E a minha loucura levou-me a dar ordem de expedição do vestido directamente dos EUA, com uma pequena paragem pelo Reino Unido, sede na Europa, para perto da minha casinha, já que o vestido era adaptável para mim, mesmo com uma diferença de número tão grande. E em menos de três semanas, estava a ir à loja que serviu de intermediária, levantar o meu vestidinho.
A ansiedade era muita! Iria corresponder à foto que tanto tempo namorei? Bem, não só correspondeu, como superou! Fiquei muito, muito feliz e mal podia esperar por o usar. Afinal, tanto trabalhinho foi compensado e o vestido depois de arranjado assentava-me na perfeição, como se nunca tivesse sido mexido. Não era tarefa nada fácil pô-lo a servir-me, porque passar um vestido de tamanho 48 para um 38, exigia muita perícia e conhecimento profundo de moldagem. Aqui contei com a preciosa ajuda da minha mamã que mo deixou na perfeição.
Ora vejam o que é possível com muita teimosia, amor e arte...
Pois é, e eu que o diga que foi uma das felizes contempladas com uma das caixinhas esplendorosas.
ResponderExcluirÉ verdade que dá trabalho, mas também não é menos verdade que a satisfação é muito superior ao desgaste e compensa.
É bem verdade que a satisfação é muita quando a obra nos sai das mãos, mas aqui a especialista em convites és tu, Ruca. :)
ResponderExcluirOlá...
ResponderExcluirObrigada pela visita em nosso bloguinho Criação em Arte e também pelo comentário.
Seja bem Vinda e volte sempre para conferir as dicas de artesanato.
Um grande abraço... Nídia e Patrícia